Especialidades Odontológicas

Especialidades Odontológicas

 

Implantodontia

Ramo da Odontologia que se destina ao tratamento do edentulismo com reabilitações protéticas suportadas ou retidas por implantes dentários. No Brasil, diferentemente de outros países é uma Especialidade da Odontologia RESOLUÇÃO CFO 168/90.

Tem como objetivo a implantação na mandíbula e na maxila, de materiais aloplásticos destinados a suportar próteses unitárias, parciais ou removiveis e próteses totais

Ao redor do titânio ocorre a osseointegração que é caracterizada pela formação de tecido ósseo que irá incorporar este material ao organismo. E, é extremamente importante, que o tecido ósseo mantenha-se preservado mesmo quanto o implante dentário seja submetido aos esforços mastigatórios.

A integração óssea deve-se a incapacidade do nosso organismo em detectar o titânio intra-ósseo; devido a suas características bio-inertes (ao se expor ao ar, a superfície do titânio se transforma em óxido de Ti), não acontece a formação de tecido fibroso em volta do implante, permitindo assim o crescimento ósseo ao redor do mesmo, estando em contato íntimo osso e implante.

O descobridor da osseointegração foi o médico sueco Per-Ingvar Brånemark; ao inserir câmaras de titânio na fíbula de coelhos em suas experiências, relatou certa dificuldade na hora de removê-las, ao estudá-las notou a intimidade entre osso e titânio. Hoje Bränemark reside no Brasil, mais precisamente em Bauru onde possui um centro de pesquisa em Implantodontia.

Desde 1960 existiram vário tipos de implantes; porem os implantes radiculares ósseo-integrados foram os mais bem sucedidos com taxas de sucesso margeando os 95 % em 5 anos.

Com a Implantodontia são feitas desde reabilitações unitárias ate grandes reabilitações totais fixas ou removíveis.

Entre 3 e 6 meses após a instalação do implante de titânio pode ser iniciada a prótese. Um processo mais recente propõe a instalação rápida de dentes, chamada carga imediata.

De acordo com um estudo publicado pelo Journal of Dental Research, uma nova técnica de implante com células estaminais permite que um dente cresça na gengiva.

 

 

Odontologia baseada em evidências

A odontologia baseada em evidências é uma abordagem de cuidados em saúde bucal que requer a integração judiciosa entre a avaliação sistemática das evidências científicas com relevância clínica, relativas à condição e à história bucal e médica dos pacientes, com a experiência clínica do dentista e com as necessidades de tratamento dos pacientes e suas preferências.[1] Odontologia baseada em evidências não se retringe apenas a fornecer suporte a processos de decisão sobre tratamentos de pacientes individuais, mas também fornece suporte ao planejamento, gerenciamento e avaliação de serviços odontológicos, assim como para tomar decisões sobre programas de promoção ou prevenção da saúde bucal tanto no nível do paciente individual como em saúde pública.

A odontologia baseada em evidências promove a realização de sínteses com qualidade avaliada de toda a literatura científica produzida sobre um assunto Revisões Sistemáticas da Literatura com Meta-análise, combinando os resultados de muitos estudos para obter um desfecho único sobre a efetividade de um tratamento ou prevenção.

 

 

Odontologia intensiva

Odontologia intensiva é a especialidade criada e reconhecida através da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva, SOBRATI, no ano de 2008. Estabelece a inserção do cirurgião dentista no ambiente UTI, tendo na formação do dentista intensivista os pricípios básicos do atendimento do paciente crítico e suas síndromes, objetivando as lesões da cavidade bucal e orofaringe que contribuem para infecção sobretudo pulmonar.

 

 

Odontologia legal 

Odontologia legal é a especialidade que tem como objetivo a pesquisa de fenômenos psíquicos, físico, químicos e biológicos que podem atingir ou ter atingido o homem, vivo, morto ou ossada, e mesmo fragmentos ou vestígios, resultando lesões parciais ou totais reversíveis ou irreversíveis (CFO - Art. 54).

As áreas de competência para atuação do especialista em odontologia legal incluem:

  • Identificação humana;
  • Perícia em foro civil, criminal ou trabalhista;
  • Perícia em área administrativa;
  • Perícia, avaliação e planejamento em infortunística;
  • Tanatologia forense; elaboração de: autos, laudos, pareceres; relatórios e atestados;
  • Traumatologia odonto-legal;
  • Balística forense;
  • perícia logística no vivo, no morto, integro ou em partes em fragmentos;
  • perícia em vestígios correlatos, inclusive de manchas ou líquidos oriundos da cavidade bucal ou nela presentes;
  • Exames por imagem para fins periciais;
  • Deontológica;
  • orientação odonto-legal para o exercício profissional;
  • Exames por imagens para fins odonto-legais.

 

 

Odontologia do trabalho

A odontologia do trabalho é uma especialidade odontológica, que visa prevenir e diagnosticar doenças do complexo bucomaxilofacial, provocadas pela atividade laboral, e a evitar acidente de trabalho por causas odontológicas, contribuindo assim para a saúde integral do trabalhador.

Pode ser conceituada como sendo "os conhecimentos de odontologia aplicados à atenção em saúde do trabalhador nos aspectos de promoção, preservação, recuperação e a reabilitação da saúde de trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho”.

Odontologia do Trabalho é especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) pela Resolução nº 25 de 16 de maio de 2002, entretanto muitos profissionais da própria classe Odontológica ainda não têm conhecimento adequado sobre esta nova área de atuação no mercado de trabalho.

 

Áreas de competência para atuação do especialista em Odontologia do Trabalho:

 a) identificação, avaliação e vigilância dos fatores ambientais que possam constituir risco à saúde bucal no local de trabalho, em qualquer das fases do processo de produção;

b) assessoramento técnico e atenção em matéria de saúde, de segurança, de ergonomia e de higiene no trabalho, assim como em matéria de equipamentos de proteção individual, entendendo-se inserido na equipe interdisciplinar de saúde do trabalho operante;
c) planejamento e implantação de campanhas e programas de duração permanente para educação dos trabalhadores quanto a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e educação em saúde;
d) organizar estatísticas de morbidade e mortalidade com causa bucal e investigar suas possíveis relações com as atividades laborais;
e) realização de exames odontológicos para fins trabalhistas. Novas frentes estão sendo expandidas na atuação do odontólogo do trabalho, como por exemplo, a identificação de problemas bucais que podem colocar em risco a atividade laboral, sendo necessário, então, um serviço de promoção de saúde mais específico para estes problemas.

 Importância da Odontologia nos Serviços de Saúde Ocupacional

A dor de origem dental e facial pode gerar consequências psicológicas e sociais nos indivíduos, como irritação, preocupação,distúrbios do sono, além dos efeitos colaterais de medicações que eventualmente sejam usadas para controle dessas algias, e esses fatores podem gerar implicações diretas na atividade laboral, tais como queda de produtividade, desatenção, ausência do trabalho pela necessidade de buscar tratamento ou para recuperação.

O Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde do Ministério da Saúde: Doenças Relacionadas ao Trabalho afirma que as doenças do aparelho digestivo, relacionadas ou não ao trabalho, estão entre as causas mais frequentes de absenteísmo e que doenças de manifestação bucal, competem à atuação da Odontologia Ocupacional. O Manual alerta que problemas dentários são causa importante de absenteísmo e que podem estar associados ao comprometimento de órgãos vizinhos (ossos, seios da face), à função mastigatória e que podem ser focos sépticos.

Estudo do Ministério da Saúde  brasileiro mostra que 97,18% dos indivíduos da faixa etária de 35 a 44 anos, idade em que se espera atividade laboral, já consultaram um dentista ao menos uma vez na vida. Dos atendimentos prestados a esta faixa, 63,8% se deram em virtude de presença de dor, problemas periodontais, cavidades nos dentes ou feridas, sendo que 33,7% da população adulta sofria de dor dentária. O estudo também mostrou que 59,18% destes indivíduos classificava sua saúde bucal como regular, ruim ou péssima. Estes números mostram que o contato com a Odontologia é necessário à população, que ocorre com certa frequência mas ainda assim estes indivíduos estão insatisfeitos quanto a sua saúde bucal.

 Projeto de Lei nº 3520/2004.

O Projeto de Lei nº 3520/2004 da Câmara dos Deputados do Brasil, em tramitação, visa obrigar as empresas a manterem serviços ocupacionais odontológicos para os empregados, instituindo exames odontológicos, por conta do empregador, nas condições estabelecidas na Lei e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. O Projeto altera o art. 162, Seção III, e o art. 168, Seção V, do Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e medicina do trabalho (SESMT).

A justificativa da Proposição, apresentada pelo Deputado Federal Vanderlei Assis, é que se verifica uma lacuna no ordenamento jurídico vigente no que tange à saúde bucal do trabalhador, pois, atualmente, não há instrumento legal que ampare e obrigue a inclusão de ações de odontologia nas empresas e que a atenção à saúde bucal é parte integrante das ações de saúde em geral, não devendo ser negligenciada, dada a importância dos transtornos bucais na gênese de acidentes de trabalho e do absenteísmo nas empresas.

Número de Especialistas

Segundo o CFO, em maio de 2011 haviam no Brasil 695 cirurgiões-dentistas com inscição de especialista como Odontólogo do trabalho.

Associação Brasileira de Odontologia do Trabalho

A Associação Brasileira de Odontologia do Trabalho ABOT, é uma Associação Civil, de caráter cultural, técnico e científico, sem fins lucrativos, com sede e foro na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, de duração indeterminada, com ÂMBITO NACIONAL. Foi fundada em 31 de Outubro de 2003 na cidade de Niterói/RJ, por um grupo formado pelos primeiros especialistas, com os mesmos objetivos e metas, em prol da Odontologia do Trabalho. Foi reconhecida como Entidade de Classe pelo CFO em dezembro de 2004.

 

 

Odontopediatria

Odontopediatria é uma especialização da Odontologia que cuida da saúde bucal de crianças.

 

 

Ortodontia e ortopedia facial

A ortodontia e ortopedia facial é uma especialidade da odontologia em que o cirurgião-dentista, após o curso de graduação em odontologia, faz um curso que o habilita a registrar-se como especialista nesta área.

Esta especialidade, mundialmente conhecida apenas como Ortodontia, no Brasil sofreu um acréscimo no nome de forma a se diferenciar de outra especialidade, a Ortopedia Funcional dos Maxilares, e assim passou a ser chamada de Ortodontia e Ortopedia Facial. Poderia plenamente se chamar EUGENIA a fusão bem vinda das duas especialidades.

Entretanto, para os pesquisadores, não existe ortodontia sem bases ósseas corretamente posicionadas, e assim tal divisão se configuraria numa incongruência - pois a Ortopedia Facial é parte componente da Ortodontia.

 

 

Ortopedia funcional dos maxilares

A ortopedia funcional dos maxilares (OFM) é uma especialidade da Odontologia que soluciona desequilíbrios ósseos, musculares e de funcionamento dos maxilares; alinhamento dos dentes e problemas da articulação temporomandibular. Corrige tais disfunções em pessoas de qualquer idade, usando aparelhos removíveis. O tratamento não deve causar dor e é executado sem extração de dentes.

Estes aparelhos produzem estímulos na rede de neurônios sensoriais da boca, que levam a mensagem até o sistema nervoso central que, por sua vez, responde remodelando estruturas ósseas, musculares, articulares e funcionais. Assim, a estética da face e as funções exercidas pela boca são restabelecidas, trazendo de volta o equilíbrio do sistema bucofacial.

Sinais e sintomas observáveis e tratáveis pela OFM: apnéia do sono, bruxismo (ranger de dentes durante o sono), apertar dentes, barulho feito pelo maxilar durante a mastigação, dores de cabeça, zumbido no ouvido, dor de ouvido, dores na face ou nos maxilares, queixo saliente, dentes tortos, dentes apinhados, dentes da frente que não se tocam, dentes superiores da frente que cobrem os inferiores ("queixo de bruxa"), dentes salientes ou queixo retraído, mordida cruzada atrás, lábios normais que se mantém abertos, língua entre os dentes da frente, entre outros.

Esta especialidade originou-se na Europa no início do século 20 e apenas no século XXI foi reconhecida no Brasil, apesar de praticada desde a década de 60. O nome OFM foi dado por Viggo Andresen, que por isso é considerado o pai da Ortopedia Funcional dos Maxilares. Posteriormente, mestres como Pedro Planas (Espanha), H.P.Bimler (Alemanha), Klammt, Frankel, Mauricio Vaz de Lima, Balters, fortaleceram e ampliaram o campo de atuação da OFM criando técnicas específicas.

Por se utilizar de estímulos neurais, a OFM difere fundamentalmente e conceitualmente da Ortopedia Facial (Ortodontia), que usa força mecânica sobre os dentes e ossos por meio de aparelhos fixos como, por exemplo, aparelho de Hyrax.

Os aparelhos usados pela OFM produzem uma adequada estimulação neural que é enviada à região da boca no córtex sensorial, o qual processa o estímulo, e uma resposta de remodelagem é transmitida de volta ao sistema estomatognático (SE). As mudanças que ocorrem no SE são também incorporadas pelo córtexes sensorial/motor e são codificadas como novas memórias de longo prazo, as quais são responsáveis pela manutenção do SE no novo equilíbrio.

Esta intensa plasticidade neural, produz remodelagem e crescimento ósseo, inclusive em idade adulta madura, desde que adequadamente estimulada. É o caso do tratamento de mandíbula retraída, mandíbula protruida, expansão de maxila, etc.

O grande avanço recente na neurociência permite visualizar que num futuro próximo será melhor entendido os sistemas neurofisiológicos que medeiam os tratamentos realizados, levando a OFM a novos patamares de evolução.